segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Desabafo

É foda conviver com os humanos, esse seres cheios de maldades e artimanhas. Cada um dessa espécie tem uma verdade absoluta, uma constante variável na verdade, que se transmuta de acordo com o tempo e a situação. Temos em nosso ego a eterna certeza de sermos os melhores, de que sempre estamos fazendo o certo. Mais, cá comigo, fico a pensar, existe coesão? Certo e errado é besteira, intimidade de cada um para consigo mesmo. Inútil padronizar as atitudes e os pensamentos. Cada um desses seres maldosos e soberbos faz sempre o que é melhor pra sí. O amor ao próximo está longe de ser real, palpável. Esse sentimento tornou-se um dialeto vulgar, usado como referencia para falsos amantes. Dizer “eu te amo”, é como dizer “me dá um cigarro”, “vamos pra balada”, “você é uma delícia”.
A palavra “amor” adquiriu um tom banal, ordinário, prosaico e trivial. A segurança em ter alguém do seu lado que o ame não só com palavras não existe mais. Tornamos-nos cinza por dentro, deixando morrer o sentimento mais importante, o mesmo que moveu montanhas, abriu mares, uniu os povos - o mesmo que o criador tanto pediu para que não nos esquecesse. Ninguém tem o dom da perfeição, mas ninguém luta também para não haver conflitos. Somos direcionados sempre a fazer o que todos fazem, a freqüentar os lugares que a maioria freqüenta, a gostar da musica do momento, a usar a roupa da moda, a beijar várias bocas, a deitar-se com qualquer um sem nenhum tipo de compromisso. Enfim, somos o espelho dos outros, cópias ambulantes que não sabem quem é de verdade. Por isso perdeu-se o amor, o afeto, o companheirismo e o respeito. Por isso somos vulgares, práticos, previsíveis....enfim, vazios.

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